quinta-feira, 17 de julho de 2008

Segurança pública ou estado de natureza?

Moro a uma quadra do palácio Piratini, sede do governo gaúcho. Na esquina existe uma delegacia da BM em operação. Na manhã de ontem, pelas 10 horas da manhã, dois cidadãos resolveram assaltar um PM em frente à delegacia. Provavelmente o primeiro grande feito contra a criminalidade praticado por essa delegacia esse ano foi prendê-los. Desconfio, contudo, que se o assalto tivesse sido a dois passos da frente da delegacia, nada teria acontecido.

Meses atrás meu carro foi arrombado. Fui dar queixa a um brigadiano, que fazia a ronda na rua. Ao lhe informar o horário aproximado do arrombamento, ele retrucou rispidamente: - Não pode ser, pois é o horário do meu turmo! E me mandou procurar a PC para fazer a queixa!

A meia quadra da delegacia meu carro foi arrombado e, dessa vez, levado. Felizmente (?) reencontrado, mas com os quatro pneus novos trocados por quatro pneus carecas. Nova conversa com brigadianos e um conselho: é melhor arranjar uma garagem...

O maior problema nessas situações é o fator cultural, pois não advogo que o Estado deva ser responsabilizado pelo desrespeito à vida e ao patrimônio que permeia nossa sociedade, embora defenda que o Estado deve coibir excessos praticados por outros cidadãos que se julgam no direito de roubar, assaltar e arrombar. Não creio que a pobreza explique esse comportamento não-cooperativo e, certamente, não deveria justificá-lo.

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