segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ian Hacking: entre ontologia e a probabilidade

O Hacking é um dos meus filósofos contemporâneos favoritos. Não é apenas o prêmio que o torna interessante:


The Holberg International Memorial Prize for 2009 for outstanding scholarly work in the arts and humanities, social sciences, law and theology is awarded to Professor of Philosophy at the University of Toronto and Collège de France Ian Hacking.

Citation from the Holberg Prize Academic Committee:

"Ian Hacking is a preeminent philosopher and historian of the sciences. His combination of rigorous philosophical and historical analysis has profoundly altered our understanding of the ways in which key concepts emerge through scientific practices and in specific social and institutional contexts. His work lays bare the normative and social implications of the natural and the social sciences."

Entre seus assuntos, a ontologia histórica e a lógica da inferência estatística são especialmente interessantes. A referência do prêmio ao segundo:

"In The Logic of Statistical Inference (1965), Hacking critically appraises the use of probability theory in contemporary statistics. The Emergence of Probability (1975) makes clear how the idea of probability first took shape in the seventeenth century, in the work of thinkers such as Blaise Pascal and Pierre de Fermat. He pursues the story into the nineteenth century in The Taming of Chance (1990), where he shows how the "avalanche of printed numbers" that occurred as states began to collect and publish statistics, led scientists to use probabilistic concepts to understand social life. No scholar has made a more substantial contribution to our comprehension of the emergence of probability as a fundamental concept in both theory and practice in the modern world."

sábado, 29 de agosto de 2009

Organização de pequenos departamentos de filosofia

É possível organizar um pequeno e produtivo departamento de filosofia? Segundo o blog Small Philosophy Departments sim. A estratégia me parece apropriada mesmo quando não há uma graduação em filosofia. Cursos de direito, por exemplo, têm interesse legítimo em alguns dos grandes temas da filosofia.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Orçamento zero para comunicação social

Reproduzo abaixo comentário que deixei no Diário Gauche. Como sei que a campanha: Imprensa livre, orçamento zero para comunicação social dos governos, jamais irá repercutir e encontrar eco nem no mundo político, nem no mundo midiático, faço uma breve pausa no silêncio de Patruvius devido ao teor potencialmente cívico que a campanha teria para a entendiante e enojante cena pública brasileira.

Oi Cristovão,

de fato, me parece que a Grande Mídia no Brasil exige um privilégio como se fosse um direito, a saber, cobiçam as verbas governamentais para fechar suas contas, financiar suas festinhas e seus asseclas. Contudo, julgo que o raciocínio consequente deveria ir ainda mais longe: por que os governos no país, de um modo geral, gastam e deveriam gastar tanto com comunicação social? Por que R$90.000.000,00 de gastos desse tipo no RS, onde, sabidamente, os serviços sociais estão precaríssimos? Por que a Petrobrás e os ministérios detém polpudas verbas publicitárias? Publicidade não é core business, para usar uma expressão empolada, de uma cia de prospecção de petróleo. Para haver isenção da imprensa, não podem haver conflitos de interesses; fato que me parece inevitável quando o governo, bem como seus braços institucionais, como bancos e estatais, é o principal patrocinador. Será que sem as verbas de publicidade as "empresas de comunicação" das famílias Sirotsky, Sarney, Magalhães, etc, etc seriam tão "isentas" e poderosas? Urge, para bem do civismo brasuca, que os gastos em comunicação social dos governos sejam zerados. Orçamento zero para comunicação social! A não ser, claro, em calamidades ou campanhas de interesse público.