terça-feira, 14 de abril de 2009

A polêmica do vestibular unificado

Ainda não tenho opinião formada sobre a unificação dos vestibulares. Abaixo pesagem de prós e contras pelo Adolfo Sachsida:

Contras

Infelizmente a idéia de unificar o vestibular esconde um truque: dá poderes demais para quem elabora as questões do vestibular. Dada a tremenda influência ideológica que tem caracterizado diversos livros de história e geografia, creio que unificar o vestibular irá apenas potencializar o efeito nocivo da ideologia na educação. Com um vestibular unificado um professor honesto será obrigado a ensinar ERRADO a seus alunos. Afinal, ele deverá ensinar a seus alunos a passarem no vestibular. Se quem elabora o vestibular tem um viés ideológico, então um professor honesto (que tenta maximizar a chance de seus alunos serem aprovados no vestibular) deverá levar em conta esse viés ao preparar seus alunos para o vestibular. Esse é o verdadeiro ardil 22: o professor que ensinar de maneira correta induzirá seus alunos ao erro no vestibular, já o professor que ensinar a ideologia (e não a disciplina) estará levando seus alunos ao sucesso.

Prós

Se a unificação do vestibular fosse semelhante ao sistema americano, então minha opinião seria outra. No sistema americano a prova unificada refere-se a RACIOCÍNIO LÓGICO, e não a matérias que podem ser impregnadas de ideologia.

2 comentários:

  1. Vim aqui agradecer a inclusão do meu blog na tua relação. Muito orgulho.

    Aporoveito para dar um palpite.

    Pelo que já ouvi falar, o modelo que se está propondo é o ENEM, que privilegia as competências e não os conteúdos. O Sachsida me parece mais por fora que cinzeiro em bicicleta. Aliás, sempre que alguém fala em ensino de "ideologia" em história está querendo dizer, na verdade, que a sua visão particular de história está derrotada - só lhe resta espernear contra as visões mais atuais.

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  2. Não posso deixar de perguntar: o que seria um ensino "não ideológico"? Talvez seja ensinar várias versões ou possibilidades de explicação sobre os mesmos "fatos". Mas será que os "fatos" em si mesmos já não são produzidos a partir de perspectivas específicas e demandas contextuais? De qualquer forma, não acho que eu mesmo tenha sido submetido a algum tipo (mesmo que leve) de lavagem cerebral por professores de história "ideológicos". Um bom espaço de debates em sala de aula me parece resolver o problema. No caso da prova do vestibular, bem, é só deixar claro na questão sua base interpretativa, assim, o aluno pode saber a perspectiva de onde parte a pergunta - e isso é valorizar a competência interpretativa do aluno, sua inteligência. Quanto a focar no tal "raciocínio lógico", não me parece amplo o suficiente para avaliar e selecionar; mas acho que o Spock iria gostar da idéia... :)

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