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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Protesto contra o Espigão na Lima e Silva

Já assinei o abaixo-assinado e ontem me juntei rapidamente ao protesto contra a construção de um espigão na rua Lima e Silva, em Porto Alegre. Esses grandes projetos de engenharia em zonas centrais e valorizadas das cidades tendem a dar grandes lucros para empreiteiras, incorporadoras e corretoras, mas detonam a estrutura viária, sobrecarregam os sistemas de água, luz e esgoto, tolhem a paisagem e descaracterizam um bairro antigo e com características arquitetônicas bem peculiares.

Não ao espigão!

Não ao espigão!

Abaixo, reportagem sobre o assunto via RS Urgente:
A construtora Melnick promoveu nesta quarta-feira (11) um coquetel de lançamento do espigão de 20 andares projetado para ser construído na rua Lima Silva, bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. Moradores do bairro, contrários à construção do edifício, realizaram uma manifestação de protesto no local, em frente ao centro comercial Nova Olaria.

Para os moradores, a obra é uma violência urbanística e ambiental em um bairro caracterizado por suas casas de estilo açoriano e com prédios de no máximo nove andares. A comunidade da região não foi consultada sobre a obra conforme determina a lei de impacto de vizinhança. Entre os efeitos negativos da construção, os moradores citam a derrubada de árvores que abrigam comunidades de papagaios, a diminuição da luminosidade e o bloqueio do sol em muitas casas situadas no entorno da obra e agravamento dos problemas do sistema viário da região. A mobilização denuncia ainda que a prefeitura aprovou a obra ignorando as normas que o Plano Diretor estabelece para a região.

As imagens do protesto são da Agência Celeuma Imagens.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Ainda sobre Paraisópolis.

Requento um pedaço modificado de um post sobre o que julgo ser a verdadeira causa da violência em Paraisópolis, a favela. É incrível que depois de anos de governos de "esquerda" o problema das favelas continue, no seu grosso, intocado. Não haverá justiça social nem crescimento econômico sustentável enquanto milhões de brasileiros viverem em condições indignas de moradia, sem saneamento, transporte, saúde e educação adequadas. A proximidade com os ricaços só aumenta a revolta e escancara a injustiça. Imaginem-se morando num barraco sem luz e sem banheiro, mas com vista para o espigão que tem uma piscina por andar... Nesses casos, a polícia faz o triste papel de capitão do mato, resolvendo na porrada o que é direito constitucional.

A principal causa de tais índices de violência, no entanto, parece ser outro do que aquele proferido iradamente nos discursos oficiais: a favela. Sem condições mínimas de segurança, habitação, higiene e educação, a violência transborda com naturalidade de barracos mal equilibrados e sem canalização de esgoto. O interessante é que a violência somente se torna um problema social quando desce para o asfalto. Confinada aos morros e favelas a violência é vista como "guerra de traficantes". Os programas de governo de desfavelização são tímidos e muito pontuais para o tamanho do problema, que inclui uma legislação fundiária kafkaniana, a base para todas as ações subseqüentes. Enquanto o verdadeiro problema fundiário brasileiro (ao contrário do que prega, por exemplo, o MST) encontra-se nas regiões metropolitanas do Brasil e não no campo, não for enfrentado com determinação, as favelas continuarão sendo o grande viveiro da violência cega de nossas grandes cidades.